A SEIVA é uma instituição que neste momento recebe cursos de Português Para Todos, vulgarmente designados de PPT.
Esta instituição organiza metódica e afavelmente estes cursos para um público tão especial como os estrangeiros. Nas turmas de nacionalidades tão díspares, o grande entrave é, sem dúvida, a língua. Todavia, prima a metodologia, a organização, a cordialidade, a simpatia, o empenho, a dedicação quer dos formandos quer dos responsáveis da SEIVA. De realçar que o papel recetor desta instituição é crucial, quer no diagnóstico, quer na identificação dos principais problemas, quer na agilização de documentos em falta quer na interação que desenvolve com a coordenação dos cursos no IEFP e comigo, enquanto formadora responsável pelo processo de ensino.
No decorrer dos cursos, há sempre um trabalho de apoio por parte da SEIVA aos formandos, nomeadamente na figura da Dra. Carla Rodrigues. E, neste momento de pandemia, os cuidados desenvolvidos, a higienização das instalações, toda a logística e a organização transmitiram a segurança que precisavam para a continuação do curso presencialmente, tal como referem os formandos, nomeadamente, M.P., italiana ou K.B., argelina ou ainda T.G., russa.
As razões da frequência dos cursos de PPT são diferentes de formando para formando. Assim, para a nepalesa I.T., é a necessidade de obtenção da nacionalidade; a oportunidade para conseguir um emprego e ter uma vida nova, segundo G.P., mexicana; a vontade de conhecer a nossa língua, as nossas tradições, a nossa história e a nossa cultura, como apontam a argelina K.B. ou o ucraniano Y.K.
A formanda ucraniana O.K. nota que o curso está bem estruturado, pecando, porém, pela insuficiência da carga horária, pois a aprendizagem da língua portuguesa é muito complicada, não só pela gramática, mas também pela pluralidade de sinónimos e de expressões familiares e coloquiais usadas no dia-a-dia pelos portugueses, como constatam os formandos N.K, sudanesa, L.V., filipina, A.O. e G.B. marroquinos, D.S., ucraniano, J.A, venezuelano, I.T. do Nepal. No entanto, não é notória uma grande discrepância entre a aprendizagem na sala de formação e na vida dos formandos em sociedade, porque existe uma preocupação em aproximar essas duas realidades.
As dificuldades são muitas, desde o explicar um conceito, uma expressão, a diferença entre um simples som como [ô] e [ó] … Por isso, recorre-se frequentemente à língua inglesa, ao teatro, à mímica, às imagens/fotografias, aos desenhos no quadro, ao apoio de outros colegas …
Qualquer um destes formandos destaca sempre a hospitalidade, o acolhimento, a afabilidade e até o altruísmo do povo português, características facilitadoras na sua adaptação e na sua integração em Portugal, o que deixa toda a equipa, que com eles trabalha, envaidecida.
Resumindo, os formandos são unânimes quanto à importância da frequência do curso de PPT, pois, permitir-lhes-á, eventualmente, um melhor acesso ao mercado de trabalho e uma integração mais eficaz. Daí, tornar-se indispensável o domínio da língua portuguesa no dia-a-dia, sejam utilizadores elementares de nível de proficiência A2 ou independentes, de nível de proficiência B2. O objetivo da SEIVA é, pois, continuar a dar um apoio consistente aos imigrantes e, em parceria com o IEFP. contribuir para o aumento das suas competências em língua e em cultura portuguesas, permitindo o acolhimento bem-sucedido na sociedade portuguesa e transformar Portugal no seu “lar”, como menciona a inglesa H.K.
Formadora Anabela
A SEIVA, Associação ao Serviço da Vida foi notícia no Jornal da Tarde da RTP. Uma reportagem sobre os Curso de “Português para migrantes” que estão a decorrer nas nossas Instalações. Revejam a reportagem: